Confira as projeções para lucro e ROE feitas por quatro corretoras; temporada de balanços do setor começaram nesta quarta (29) (Por Bruno Andrade)
Os quatro principais bancos do País devem somar lucro de R$ 24,8 bilhões no terceiro trimestre de 2025; balanços começaram a ser divulgados nesta quarta-feira (29), queda de 14,45% na comparação com o lucro de R$ 29,06 bilhões do mesmo período do ano passado. As estimativas foram retiradas de relatórios de Ágora Investimentos, Genial Investimentos, Banco Safra e UBS BB.
O Bradesco teve um lucro líquido recorrente de R$ 6,2 bilhões e o Santander Brasil bateu o consenso do mercado, com lucro de R$ 4 bilhões neste 3T25.
O calendário de resultados segue com Itaú no dia 4 de novembro e Banco do Brasil no dia 12.
Itaú deve lucrar quase o mesmo valor que todos os concorrentes juntos
Em meio ao cenário macroeconômico difícil para o setor bancário, o Itaú deve se isolar na liderança com o maior lucro entre todos os pares e quase igualar seus ganhos com os dos demais concorrentes juntos. A estimativa mais conservadora para o balanço do Itaú aponta para lucro de R$ 11,78 bilhões, enquanto as projeções de cenário base de Santander, Bradesco e Banco do Brasil, somadas, chegam a R$ 13,08 bilhões.
Ou seja, o Itaú deve lucrar 90% dos resultados de seus concorrentes somados, conforme as estimativas das casas.
Para a Ágora Investimentos, mesmo que o Itaú seja um grande destaque na comparação anual, com crescimento de 10,4% do lucro, os analistas esperam que o banco reporte resultados razoavelmente estáveis na comparação com o segundo trimestre de 2025. Isso porque, tanto sua margem com clientes quanto com o mercado devem se contrair, enquanto as provisões provavelmente permanecerão praticamente estáveis.
A Ágora calcula lucro líquido de R$ 11,78 bilhões para o Itaú no 3T25, alta anual de 10,4%. Já na base trimestral o crescimento deve chegar a 2,4%.
O UBS BB detém a perspectiva de maior ganho para o banco, de R$ 11,93 bilhões no terceiro trimestre de 2025, alta de 11,8% na comparação com o mesmo período de 2024. Em média, os analistas estimam rentabilidade do Itaú (ROE) de até 23,2%, crescimento de 0,5 ponto porcentual em relação ao ano anterior.
Banco do Brasil terá resultado ainda pior
Já o BB deve entregar um resultado ainda mais deteriorado que o do 2T25. O Safra possui a projeção mais branda para a companhia e estima lucro líquido de R$ 3,48 bilhões no terceiro trimestre de 2025, tombo de 63,4% na comparação com o mesmo ciclo do ano anterior. E outra baixa de 7,9% na comparação com o resultado do 2T25, que ficou muito abaixo do esperado pelo mercado.
“O terceiro trimestre será provavelmente o pior do ano para o Banco do Brasil. Dada a sazonalidade no segmento rural, a maioria da deterioração nos estágios da carteira deve ocorrer entre julho e setembro. Com isso, a inadimplência acima de 90 dias do agronegócio deve alcançar 5,1% no 3T25, alta anual de 3,1 pontos porcentuais e piora de 1,7 ponto porcentual na comparação com o trimestre anterior”, explicam Daniel Vaz, Maria Luisa Guedes e Rafael Nobre.
A rentabilidade do Banco do Brasil é outro tema que pode assustar o investidor. Os analistas projetam um ROE por volta de 7%, muito abaixo do custo de capital, que está em 15%. Segundo a Genial Investimentos, nem mesmo a Medida Provisória 1.314 deve salvar o BB. Publicada no dia 5 de setembro, ela criou um programa de renegociação de dívidas com duas frentes.
A primeira prevê até R$ 12 bilhões via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para alongar dívidas de produtores afetados por eventos climáticos. A segunda permite que as instituições usem recursos próprios: a cada R$ 1 emprestado, o banco terá R$ 1 de benefício no capital regulatório ao reduzir o ajuste negativo dos passivos fiscais diferidos, o que é positivo para o capital do BB.
Para a Genial, a medida dá fôlego ao produtor que está com créditos em atraso, com possibilidade de alongamento do pagamento em até nove anos e um ano de carência.
“Acreditamos que o banco só captura o efeito positivo no capital se gerar operações com recursos próprios. A MP tem prazo de 120 dias para a concessão das operações. Acreditamos que o impacto total dessa medida em 2025 será marginal, com efeito cheio somente em 2026. Ou seja, o balanço do terceiro trimestre não deve sentir efeitos da medida”, explica a equipe da corretora. (Fonte: Com e investidor)
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