Jovens não se sentem atraídos pelos benefícios da CLT - foto divulgação -
Criada em 1943, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) vive um período de crise. Se no passado a carteira assinada era meta da maioria dos brasileiros, hoje virou motivo de chacota e memes nas redes sociais. O avanço da pejotização, dos Microempreendedores Individuais (MEI’s) e de plataformas digitais ajudou na “aversão” à CLT. Mas, para o colunista do Estadão Pedro Fernando Nery, a questão central por trás desse fenômeno é econômica: a pesada carga tributária sobre o emprego formal.
No Chama o Nery desta semana, o colunista apresenta um estudo do economista Bernard Appy, secretário da reforma tributária, sobre a taxação dos trabalhadores. Um profissional que fatura R$ 30 mil por mês e é contratado via CLT fica, em média, com metade do que produz, enquanto o chamado “PJ” pode ficar com até 90% da renda.
Essa diferença se explica pela soma de mais de dez tributos que incidem sobre a folha de pagamento — entre eles, contribuições para a Previdência, sistema S, seguro acidente de trabalho e salário-educação. Não à toa, a CLT virou meme nas redes e símbolo de um sistema que, para muitos, onera o trabalhador e desestimula a formalização.
A consultoria Ecoa estima que, se os trabalhadores de plataformas digitais fossem contratados via CLT, até metade da massa de rendimentos seria perdida com taxas. O Ipea também mostrou que, no último ano, o salário dos informais cresceu quase 7%, enquanto o dos formais subiu apenas 2%.
Diante disso, especialistas defendem uma aproximação entre a taxação do emprego formal e do autônomo. O desafio é equilibrar proteção e competitividade: como preservar direitos sem sufocar o trabalhador e o empregador com impostos. (Fonte: Estadão)
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