A Polícia Federal prendeu na noite de ontem, em Guarulhos (SP), o banqueiro Daniel Vorcaro, dono do Banco Master (Por Fabio Serapião) - foto divulgação -
Segundo apurou a coluna, Vorcaro estava no Aeroporto Internacional de Guarulhos, a PF descobriu a movimentação e antecipou a prisão, como parte da investigação aberta após descoberta de irregularidades, pelo Banco Central, no Banco Master. O banqueiro foi levado para a Superintendência da PF em São Paulo.
O BRB, o banco público de Brasília, foi alvo de buscas dos agentes da PF, e o presidente da instituição, Paulo Henrique Costa, foi afastado do cargo, segundo apurou a coluna. Em setembro, o Banco Central rejeitou compra do Master pelo BRB.
Também foi preso, na manhã de hoje, Augusto Ferreira Lima, que ocupou o posto de CEO no Master até o início das negociações para a venda do banco.
A operação da PF ocorre no mesmo dia em que o Banco Central decretou a liquidação do conglomerado e colocou o Banco Master sob regime de administração especial temporária por 120 dias. Apenas o Will Bank foi preservado devido ao interesse de investidores em adquirir o banco digital.
Defesa de Vorcaro nega tentativa de fuga
Advogados do banqueiro Daniel Vorcaro negaram, à coluna de Mônica Bergamo, da Folha, que ele estivesse fugindo do país. Segundo profissionais que integram a defesa de Vorcaro, ele estava embarcando para os Emirados Árabes para assinar o contrato de venda do banco para investidores, anunciada ontem.
O UOL tenta contato com as defesas de Vorcaro e de Ferreira Lima e com os bancos Master e BRB. O texto será atualizado em caso de manifestação.
"Compliance Zero"
Batizada de Compliance Zero, a operação da PF foi deflagrada para cumprir sete mandados de prisão e 25 de busca e apreensão no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Minas Gerais.
"Fala-se em R$ 12 bilhões que envolvem esse crime que está sob investigação hoje, com várias prisões", declarou o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, durante depoimento na CPI do Crime Organizado no Senado.
Segundo a PF, o objetivo é "combater a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras que integram o Sistema Financeiro Nacional".
"As investigações tiveram início em 2024, após requisição do Ministério Público Federal, para investigar a possível fabricação de carteiras de crédito insubsistentes por uma instituição financeira. Tais títulos teriam sido vendidos a outro banco e, após fiscalização do Banco Central, substituídos por outros ativos sem avaliação técnica adequada", afirma a PF, em nota, sem divulgar os nomes dos alvos.
São investigados os crimes de gestão fraudulenta, gestão temerária, organização criminosa, entre outros.
Compra do Master rejeitada
A operação da PF acontece um dia após um consórcio de investidores dos Emirados Árabes Unidos, em conjunto com o grupo de gestão de participações empresariais Fictor, anunciar a compra do Banco Master, com um aporte imediato de R$ 3 bilhões.
Contudo, a proposta foi rejeitada pelo Banco Central, que anunciou a liquidação do Master. Segundo reportagem da Folha, a proposta da Fictor envolvia um consórcio formado por investidores dos Emirados Árabes Unidos, mas os nomes não foram revelados. (Fonte: UOL)
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