Depois de perder a liderança para concorrentes em áreas como a de financiamento imobiliário, a Caixa deve ficar com todo o lucro de 2017 – mais de R$ 10 bilhões – para retomar o fôlego no mercado de crédito. Por lei, o banco tem de repassar 25% do resultado para o Tesouro Nacional, mas será liberado dessa obrigação neste ano. Segundo informações preliminares do balanço da Caixa obtidas pelo Estadão/Broadcast, o volume de empréstimos, que já cresceu a um ritmo de 40% ao ano, deve fechar 2017 bem perto do mesmo patamar do ano anterior.
Embora esteja prestes a divulgar, nos próximos dias, um lucro recorde, o banco estatal enfrenta uma limitação para ampliar os empréstimos, porque está perto de descumprir normas internacionais que exigem mais capital próprio para fazer frente ao risco de perdas nas operações de crédito. A direção do banco está encarando o resultado do ano passado como uma boia de salvação para equacionar o problema da falta de capital. O resultado será superior ao recorde anterior, de R$ 7,3 bilhões em 2015.
Mesmo tendo lucro nos últimos anos, a Caixa sempre repassou boa parte dele ao Tesouro Nacional na forma de dividendos. Em 2016, por exemplo, foram transferidos R$ 4,1 bilhões. Mas, diante da necessidade de capital, o banco pediu para ficar com a totalidade do resultado, como antecipou o Estadão/Broadcast. O governo agora sinaliza que abrirá mão dos dividendos. Nessa operação, a Caixa deve transferir 25% do lucro ao governo que devolveria em seguida em uma operação de capitalização.
Para solucionar o problema de capital, a instituição tentou tomar R$ 15 bilhões emprestados em polêmica operação com o FGTS. A operação foi abortada e, sem capital novo, o banco empresta cada vez menos. (Fonte: Estadão)