Informalidade sobe e trabalhador paranaense 'perde' R$ 1 mil de renda mensal





(Rodolfo Luis Kowalski) 

Divulgada nesta quarta-feira (5) pelo IBGE, a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) mostra que o paranaenses está “perdendo” cerca de R$ 1 mil por mês. Explica-se: a informalidade no mercado de trabalho é crescente no estado (assim como em todo o país) e vem ajudando a salvar muita gente da crise econômica, mas também tem feito reduzir a remuneração dos trabalhadores, uma vez que os rendimentos no setor informal são bem menores.

O estudo do IBGE, que analisou o mercado de trabalho, aspectos educacionais e a distribuição de renda da população brasileira a partir dos dados da PNAD contínua do IBGE e de outras fontes, revela que a proporção de trabalhadores formais no Paraná, que já chegou a superar a taxa de 70% em anos recentes, está em 67,7%. Em Curitiba, a situação é ainda mais gritante: até 2014, 80,1% dos trabalhadores eram formalizados, mas em 2017 o percentual já havia caído para 69,9%.

Acontece, então, que o rendimento dos trabalhadores informais é bem menor quando comparado ao dos trabalhadores informais. No Paraná, por exemplo, o rendimento médio de alguém com carteira assinada é de R$ 2.530, enquanto alguém na informalidade recebe, em média, R$ 1.574 (diferença de R$ 956).

Curitiba, por sua vez, é a capital brasileira em que o trabalhador informal possui o maior rendimento médio: R$ 2.646. Ainda assim, a diferença com relação ao rendimento de um trabalhador formal é grande: esses ganham R$ 3.711, ou seja, R$ 1.065 a mais do que alguém na informalidade.

Pobreza está em alta, segundo IBGE
Outro tema analisado pela pesquisa foi o da pobreza, que a exemplo da informalidade também está em alta no Estado e na Capital. Segundo a linha de pobreza proposta pelo Banco Mundial (rendimento de até US$ 5,5 por dia, ou R$ 406 por mês), a proporção de pessoas pobres era de 14,3% no Paraná e 7,6% em Curitiba, percentuais que subiram no ano passado para 14,8% e 9%. Em números absolutos, esse contingente variou de 1,6 milhão de pessoas para 1,67 milhão no Estado e de 144 mil para 172 mil no município.

Já o percentual de pessoas com renda inferior a US$ 1,90 por dia (R$ 140 por mês), que estariam na extrema pobreza de acordo com a linha proposta pelo Banco Mundial, era de 2,3% no Estado e 1,6% no município em 2016, enquanto em 2017 as taxas subiram para 3,1% e 2,3%, respectivamente. Novamente, em números absolutos esse contingente aumentou 258 mil pessoas para 351 mil no Paraná e de 30,3 mil para 43,9 mil na Capital.

Curitiba é destaque no acesso a serviços públicos, mostra indicadores
O estudo do IBGE também avaliou a proporção de pessoas residindo em domicílios sem acesso aos serviços de saneamento básico. E entre as capitais, Curitiba foi o grande destaque, com apenas 0,4% da população convivendo com alguma deficiência no serviço. A coleta direta ou indireta de lixo é universal, enquanto 0,3% da população possui problemas relacionados ao abastecimento de água por rede geral e outros 0,3% convivem com a ausência de esgotamento sanitário por rede coletora ou pluvial. Entre as capitais, é o melhor resultado do país.

Já com relação ao acesso a outros serviços, como educação, proteção social, condições de moradia e comunicação (internet), novamente a Capital foi destaque, com 26,8% da população apresentando alguma restrição no acesso a esses serviços ou direitos (a média nacional é de 63,2% e no Paraná chega a 57,9%). Os maiores gargalos na cidade são o acesso à educação (14,5%), à comunicação (9,5%) e a condições de moradia (8,4%).

Maioria no Estado estuda só até o ensino fundamental
Outro dado que chama a atenção é com relação ao nível de instrução das pessoas com 25 anos ou mais de idade. No Paraná, mais da metade dessa população (50,3%) estudaram, no máximo, até terminar o ensino fundamental - 5,8% deles, contudo, não possui nenhuma instrução, enquanto 35,2% possuem ensino fundamental incompleto. Apenas um em cada quatro completou o ensino médio e 16,9%, o ensino superior.

O que é trabalho informal  
De forma geral, existem dois tipos de trabalho: informal e formal. O primeiro modelo é referente aos profissionais que não possuem registro na carteira e, como não possuem vínculo empregatício, também não contam com benefícios trabalhistas como férias, licença maternidade, aposentadoria e seguro-desemprego, entre outros. Outra desvantagem é a instabilidade financeira, tendo em vista que não há garantia de um salário fixo mensal. Por outro lado, os trabalhadores informais contam com mais liberdade e autonomia para conciliar a vida pessoal e a carreira, trabalhando à sua própria maneira e ritmo. (Fonte: Bem Paraná)

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